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No Brasil, 82% empreendem por necessidade, de acordo com levantamento do Sebrae.
Imagem: rawpixel.com /FreePik
Seja por vontade própria ou necessidade, o sonho de empreender move muitas pessoas. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com apoio do Sebrae, mostra que o empreendedorismo é o sonho de seis em cada dez brasileiros.
Mesmo que muitos tenham o desejo de empreender, o estudo aponta que a necessidade de enfrentar o desemprego é a principal motivação para começar um negócio, segundo 82% dos entrevistados. Na sequência aparecem a vontade de fazer a diferença no mundo (76%), a intenção de construir riqueza (64%) e o interesse em manter uma tradição familiar (44%).
Mas para começar o próprio negócio, especialistas recomendam cautela e organização para evitar frustrações. “Empreender exige – antes mesmo de uma boa ideia, talento e força de vontade – planejamento. É preciso criar cenários positivos e negativos e estar preparado para todos eles”, afirma o CEO da Multiplicando Sonhos, Evandro Mello.
Em entrevista à imprensa, o consultor de negócios do Sebrae-SP, Leandro Reale, reforça a necessidade de estudar e se destacar frente à concorrência. “É preciso entender como funciona o mercado. Conhecer quais as reais necessidades dos clientes, o que os concorrentes já oferecem e qual é o prazo e o preço dos negócios. Ter um propósito é importante para se diferenciar.”
Como empreender com pouco dinheiro?
Mesmo que muitas pessoas comecem a empreender por necessidade, é sempre importante ter um capital mínimo para os custos de abertura de um negócio. Em um primeiro momento, muitos novos empreendedores não irão dispor de grandes quantias para investir e poderão ter dificuldades em tomar crédito com as instituições financeiras.
Segundo Reale, fazer uma previsão de receita é fundamental. “Muitas pessoas começam o negócio só com o dinheiro para a abertura e depois não conseguem se manter. Para ter esses valores estimados, o empreendedor pode conversar com colegas concorrentes, fazer pesquisa de mercado e ouvir entidades de apoio ao empreendedor”, aconselha.
Para aqueles que dispõem de uma quantia para estruturar o negócio aos poucos, investimentos, como um CDB de liquidez diária, pode ser uma opção para acessar recursos, quando necessário.
Ideias de negócios para começar a empreender
Para quem está disposto a começar a empreender, algumas opções podem ser atrativas por demandarem investimentos menores, como um pequeno e-commerce ou uma franquia. O Sebrae Nacional elenca uma série de negócios que exigem baixo orçamento para começar:
- Venda de produtos digitais, como e-books, cursos on-line ou áudios;
- Dropshipping, onde é possível revender produtos de outras empresas, sem precisar investir em estoque;
- Serviços de cuidador de animais de estimação;
- Serviços de limpeza de casas ou jardinagem;
- Venda de produtos artesanais, como roupas, bijuterias ou artigos de decoração;
- Serviços de consultoria de moda ou design de interiores;
- Venda de comida, como lanches, bolos ou doces caseiros;
- Serviços de tradução ou revisão de textos;
- Venda de cosméticos naturais ou orgânicos;
- Serviços de fotografia e edição de vídeos.
Já a Associação Brasileira de Franchising (ABF), lista uma série de franquias para quem pensa em investir nesta modalidade de negócio. Há opções a partir de R$ 5 mil nas áreas de beleza, alimentação, viagens e outros segmentos.
Custos para abrir uma empresa no Brasil
Os custos para abrir uma empresa no Brasil variam de acordo com a cidade, o porte e a modalidade do negócio. O valor para quem está começando deve incluir a taxa de registro na junta comercial, o serviço de contabilidade, as licenças municipais e o certificado digital.
No caso dos microempreendedores individuais (MEIs), o processo é mais econômico e pode ser feito online. Esta é a única categoria que não tem custos para abertura. No entanto, para se enquadrar na figura jurídica, é preciso atender à regra de faturamento, que é máximo de R$ 6.750 por mês ou R$ 81 mil ao ano.