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Se tem uma coisa que fica cada vez mais clara no universo corporativo, é o quanto a competitividade cresce a cada dia que passa, até departamentos como o RH (Recursos Humanos) vem passando por mudanças estruturais.
De fato, já se foi o tempo em que o RH ou mesmo o DP (Departamento Pessoal), eram apenas um setor técnico, quase que isolado da rotina da empresa. Mais ou menos como se ambos estivessem ali apenas para bater cartão.
Na verdade, hoje todos os setores de qualquer corporação precisam ser compreendidos como sendo uma célula de um organismo maior. Se ela deixar de funcionar corretamente, todo o organismo estará comprometido.
Falando assim pode parecer vago, mas é só imaginar o caso de uma fábrica de camiseta de uniforme para empresa.
Ressaltando que um dos pontos mais importantes é a qualidade da produção, a cadeia produtiva e tudo que gira em torno das camisetas.
Contudo, pare para pensar, se o marketing não fizer sua parte, não haverá leads, nem contatos comerciais promissores, portanto, nem mesmo clientes.
Se o suporte e os técnicos não cumprirem seu papel, também não haverá fidelização dos consumidores.
Enfim, há todo um mosaico que precisa ser sempre harmonizado, pois sem isso a tendência natural é que haja dispersão, até que a missão do negócio se desintegre.
O próprio RH, no fundo, já não cuida apenas da relação entre colaboradores, mas do futuro da marca.Em que sentido? É bem simples, por ter a ver com o recrutamento de novos funcionários.
Na verdade, hoje toda grande empresa reconhece que sua riqueza não está exatamente nas contas bancárias ou nos cofres, mas sim na gestão de talentos.
Afinal, o que vai garantir realmente a sustentabilidade de um negócio, será sempre sua capacidade de renovar-se. O que evidentemente depende de pessoas engajadas, que compreendam o mercado e se comprometam com a missão daquela empresa.
Se você trabalha com escritório compartilhado coworking, que até pouco tempo era uma novidade no Brasil, e de repente muitos começam a prestar o mesmo serviço, tornando o mercado saturado, então é a hora de inovar em algo marcante.
Não apenas a concorrência e competitividade natural do mercado exige que haja inovação constante, como hoje em dia os próprios clientes têm expectativas e exigências cada vez maiores, tornando a situação das marcas ainda mais desafiadora.
Aí é que vem o papel de colaboradores engajados, bem recrutados e capazes de fazer muito mais do que bater cartão e ficar simplesmente esperando o salário cair no fim do mês. O que eles precisam é vestir a camisa e acreditar na filosofia da marca.
Tanto que hoje se fala muito em cultura organizacional ou corporativa, que nada mais é do que um aprofundamento dos pilares da missão, da visão e dos valores. É aí que começa o verdadeiro diferencial de uma empresa em seu segmento.
Realmente, muitas vezes os serviços, produtos e soluções em geral que cada segmento tem já são conhecidos e até repetitivos.
Dificilmente, alguém vai reinventar a roda e criar algo tão disruptivo que já não seja conhecido pela maioria.
Por isso, o verdadeiro diferencial está não necessariamente em fazer o que ninguém nunca fez, mas em fazer com excelência aquilo que outros já fazem.
Se o nicho é de letra caixa iluminada, é possível inovar na pré-venda, ou no pós-venda.
Pode ser um detalhe na embalagem do produto, ou na instalação, ou mesmo na garantia dada ao cliente.
Em todos esses casos, o fato é que o dono não vai conseguir pensar em tudo o tempo todo, ele vai realmente vai precisar de colaboradores.
Daí que o RH deva se tornar cada vez mais engajado e envolvido nas grandes decisões, para se tornar uma máquina de captação e gestão de talentos promissores.
Isso já começa a mostrar como faz diferença a maneira com que vamos encarar seu papel.
Também já deixa claro por que motivo é tão importante tornar o RH mais estratégico, em um sentido que pode ir muito além do que alguns empresários e gestores estavam acostumados, embora seja algo que as grandes marcas já fazem há anos.
Trazer esse tema também implica explicar conceitos e características que muitos deixam passar batido, aprofundando efetivamente o que é esse tipo de RH, suas principais diferenças para o RH tradicional e suas vantagens de curto e longo prazo.
Um dos maiores benefícios é que hoje esse tipo de estratégia já está tão testada e tão evoluída que pode ser aplicada a qualquer tipo de empresa, seja da área de fabricação de agenda personalizada com nome ou da papelaria que vende isso no varejo.
Por fim, traremos as 4 dicas e conselhos que mais podem contribuir na hora de tornar o RH de sua empresa mais estratégico, mostrando também um passo a passo de como qualquer um pode fazer isso, em vez de ficar apenas em abstrações genéricas.
Desta forma, se o seu grande interesse agora é precisamente o de mergulhar de cabeça em alguns pontos relativamente simples, mas que podem revolucionar sua empresa e criar uma máquina geradora de novos talentos, então é só continuar lendo até o final.
Estratégico vs. tradicional
Ao falar em RH tradicional, o que precisamos é recordar que existe até mesmo um princípio jurídico por trás desse departamento, no sentido de que todo funcionário precisa ter seus direitos resguardados.
Trata-se da famosa CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), sendo que em uma corporação ética e realmente idônea, o RH trabalha também pelos interesses do funcionário, como que “defendendo” ele de injustiças.
Aqui o RH tradicional também se aproxima do DP, justamente porque o Departamento Pessoal costuma se focar sobretudo na parte mais burocrática, dando apoio aos Recursos Humanos em frentes como:
- Processo de admissão;
- Conferência de documentos;
- Folha de pagamento;
- Comunicados importantes;
- Processo de Demissão.
Enfim, é importante frisar que ter um RH estratégico não significa descuidar de todas essas frentes legais e absolutamente necessárias na rotina da empresa, bem como nos direitos de qualquer funcionário, seja qual for sua atuação na hierarquia.
Por outro lado, o RH se torna muito mais estratégico quando ele faz o que vínhamos detalhando antes, que no fundo é ser o defensor e representante da filosofia da marca.
Na prática, isso significa otimizar processos, buscar sempre operações mais enxutas e mais assertivas, fazendo com que a quantidade de trabalho diminua ou se torne mais barata, ao mesmo tempo em que sua qualidade precisa subir.
Sendo assim, contratar talentos cada vez melhores, com um esforço empregado cada vez menor.
Naturalmente, não se trata de algo fácil, razão por que também deve incluir o reforço da tecnologia, como ficará claro adiante.
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Tenha metas claras
O primeiro passo indiscutível para um RH estratégico é definir muito claramente quais são as metas e objetivos da empresa como um todo.
Basicamente, não tem como engajar os funcionários de uma fábrica de mochila corporativa personalizada se eles não souberem onde precisam chegar e qual é o papel de cada um deles dentro daquele organismo maior.
Para isso, uma dica de ouro é definir essa filosofia e depois implementar uma cultura vertical, que permita que todos participem e tenham voz.
Em vez de uma cultura horizontal engessada, que limita a liberdade ou opinião dos menores.
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Seja análitico e monitore
Outro ponto fundamental é saber como lidar com as metas e objetivos já definidos. Um passo fundamental é utilizar KPIs (Key Performance Indicators).
Ou seja, Indicadores-Chave de Performance, que mostram se o escritório de projeto sala comercial conseguiu, por exemplo, os 20% a mais de clientes que ele queria.
Assim, o RH ajuda com a rotina de análises e métricas de resultados. Na prática, isso permite ter uma cultura de monitoramento, o que por sua vez permite investir apenas nas estratégias que estão funcionando, e declinar das que não vingaram.
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Investir em tecnologia
Outro passo fundamental para desenvolver um RH ativo, participativo, engajado e realmente estratégico, é contar com a tecnologia que hoje está ao nosso dispor.
A empresa pode trabalhar em qualquer área, seja a de internet empresarial, que tem tudo a ver com a área de TI (Tecnologia da Informação) e até com hardwares, seja com produtos ou serviços nada tecnológicos.
O que importa é como a operação do RH e dos demais setores se dá internamente. De fato, há softwares, programas e aplicativos que podem ajudar muito nesse sentido, como os famosos ERPs (Enterprise Resource Planning, ou Sistemas de Gestão Integrado).
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Sobre cadeia de comando
Por fim, ao falar sobre cultura organizacional vertical muitos confundem, pensando que isso é anarquia ou falta de comando.
Na verdade, uma loja que vende envelope personalizado empresa pode criar uma cadeia de comando pautada em valores de inclusão, o que não é falta de liderança.
Assim, os valores descem desde os sócios e fundadores, passando por diretores e líderes em geral, até chegar nos colaboradores.
Considerações finais
Sendo assim, explicar o que é RH estratégico é algo extremamente fundamental para os tempos atuais, bem como a diferença entre um tradicional e um estratégico.
Para aprofundar o tema, acima também listamos as 4 melhores dicas sobre como alinhar o seu próprio Recursos Humanos com essas inovações, de modo realmente prático.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.